terça-feira, 13 de novembro de 2007

Alma

Dás-me a tua mão.
Não me basta, quero mais.
Meu indomado coração
Quer amigos leais.

Dás-me a tua boca.
Adoro-a, não o nego,
Mas isso é coisa pouca
Quando a ti me entrego.

Dás-me o teu corpo.
Recebo-o com prazer,
Uso-o, com ele me dopo,
Mas não é o que quero ter.

Dás-me o teu desejo.
Adoro-o, por ele anseio,
É sem qualquer pejo
Que nos teus olhos o leio.

Sou deus ou demónio.
Tudo o que me dás não basta.
Meu ser, em pandemónio,
O teu aos poucos gasta.

Não quero teu corpo só.
Quero toda a tua alma,
Com a minha em cego nó,
Afundando-se num mar de calma.

Dá-me a tua alma inteira!
Só isso bastará ao sonho
De alma, sem eira nem beira,
Que nas tuas mãos agora ponho!



http://www.escritartes.com/forum/index.php?referredby=3

7 comentários:

Anónimo disse...

Palavras verdadeiramente mágicas.

Que beleza...

Abraço com amizade.

Unknown disse...

Para se entregar assim a alma é preciso amar e confiar plenamente!
Lindo!

Beijinhos

Lúcia Laborda disse...

Que lindas palavras formando belos versos! Quem ama, quer sempre mais...
Fique com Deus!
Beijos

aminhapele disse...

Deixo-lhe um endereço de POESIA:
http://poesia-aminhapele.blogspot.com

®efeneto disse...

Foi preciso escolher a porta
Para chegar ao largo
E me fascinar com as cores
Que a luz da memória registou.
Eu já antes sabia sem saber:
A brevidade e a distância
Só existem no vento que criei
Nos desígnios da dor
E dos limites que me impus
Na obstinação da finitude do tempo.
Por isso é tempo de desejar
Um óptimo fim-de-semana,
Na companhia de quem mais ama.

António disse...

Goreti querida!
Dominadora és tu neste poema.
Bom trabalho!

Beijinhos

Luis Ferreira disse...

Palavras de encanto, carregadas de magia, num belo e rico momento de poesia.

Parabens pelo poema