terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Tua mão

As águas límpidas fluem
Num sussurrar incolor;
Luz e sombra se confundem
Numa tela bicolor.

Azul e verde, generosos,
Trazem paz ao meu olhar.
Anseio bosques frondosos,
Água fresca a borbulhar.

Alongo-me perdida
Na imensidão dessa paz.
Dás-me a mão já esquecida
Da doçura de que és capaz!

Aceito-a porque te quero
Num querer doce de cores
Que se esperam e eu espero
Longe de negrumes e dores.

Pudera eu eternizar
A doçura deste momento,
De vez ao mar lançar
Todo o meu tormento...

Pudera eu morrer assim,
Bêbada de azul e verde,
Vendo descer sobre mim
A benção de uma mão que se perde...

A felicidade desse instante
Seria o Paraíso que se sonha;
Teu olhar, o bastante
Para que um Céu se componha...


Socorro!, Deus, que blasfemo!
Ai! O Amor é tão louco
Que, por ele, nada temo
E a dor sabe-me a pouco!




http://www.escritartes.com/forum/index.php?referredby=3