quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Amigo

Quem és, amor que não sei?
Onde estás, amor que não vi?
O sofrimento que te dei
Foi dor que já esqueci!

Adoro o que não conheço,
Partilho o que não existe
Como sabes o que te peço?
Diz, amigo, o que sentiste?

Trazes o que adoro?!
Como sabes o que me mata,
Como sabes por quem choro?
Amigo, este mal se trata?

Não existes Tu, não existo Eu
O Mundo não É nem Foi
O Céu foi chão que já deu
O Inferno é fogo que já não dói!

Nada existe além de um vem,
Nada vem de um irei
Porque o ir (e o vir!) nada tem
Daquilo que te direi!

Estende a tua mão, amigo,
Partilha o que não tenho;
A minha vida, por castigo,
É uva doce em seco lenho!