sábado, 25 de agosto de 2007

Consolo

Na sinceridade de um olhar,
Busco um tesouro escondido nas palavras perfumadas de alguém…

Lua, acende-me o céu!
Sol, mostra-me a Vida!

Feche-se o ciclo!
Das gotas de vida
Destiladas na tua alma!
Forma palavras de consolo
Que me envolvam a alma!
Afasta-me para longe o veneno da revolta
Azedando o meu coração!
Dá-me ecos de paz
Em cada sopro da tua magia…
Acompanha-me,
Ampara-me,
Marca o meu futuro
Com o sinete do teu feitiço!

Vem ser meu consolo,
Meu colo,
Nesta saudade
Chegada sem aviso prévio!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Chave

Vejo novelos de desdém nos teus olhos,
Muralhas intransponíveis
Erguendo-se todas as manhãs
Contra a luz colorida dos meus!
Nesta corrida desenfreada
Fico cega,
Espero uma magia,
Uma chave para as tuas portas cerradas!

No fosso que te separa de mim,
Outrora riacho em que acendia a lua,
Afundam-se sonhos,
Calam-se sinfonias de amor…
E na densidade das suas águas enlameadas
Asfixiam-se as ilusões
E flutua o uso que fizeste de mim!

Que chave abrirá os teus cadeados?

Que chave me abrirá o regresso a ti?

Que chave me soltará do cadafalso a que subi?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Luta

Num estado de quase inconsciência,
Luto entre a lembrança e o esquecimento…
De olhos fechados,
Sinto o toque dos teus,
Queima-me o brilho da luz
Desprendendo-se em sussurros,
Em gritos surdos de paixão…
Num dia!

Deixo-me escorregar na loucura da tua ausência
E da minha boca resvalam calor, prazer…
E dor!

Quero partir do fundo dos teus olhos,
Quero saber de sentimentos nobres,
Quero acreditar num mundo melhor…
E em cada minuto de luta
Ambiciono colher paz em outras mãos,
Viajar no silêncio de outro olhar!
A minha luta acorrenta-me,
Tento soltar-me das fantasias,
Encontro a porta da lógica fechada
E regresso!
Revolto-me!
Iludo-me!
E continuo!...

domingo, 12 de agosto de 2007

Alma ferida


Vagueio
No mundo dos vivos,
Nado morta para ti...
E o teu sorriso,
Quieto e suspenso,
Perder-se-á no nevoeiro de um dia de Verão!

Vesti-me de nuvens para te colher,
Em abraços de luz doirada
E tu despiste-me !
A minha alma esconde-se,
Camuflada,
Escura,
Ferida de morte...

Os meus braços fizeram-se cinza,
Soprada ao vento pelo teu olhar frio
E não fiquei com que te abraçar na eternidade!

A minha alma ferida,
Descalça
E desprovida de magia,
Afasta-se,
Afasta-se,
Na escuridão dos tempos!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Despedida




Escuto o ritmo das ondas,
O clímax da rebentação,
E olho o meu corpo dormente fugindo de mim...

Na distância,
Perco de vista a ponte que nos uniu e o teu sorriso mansinho...
Nos dias ausentes,
Despedi-me do calor do teu corpo suado,
Dos recantos da tua pele sedenta de mim,
Das sensações rubras
De um amor fechado no meu silêncio!

No meu corpo,
Abraça-se a despedida,
O vazio de ti!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Falso




Abro os braços em direcção ao vento,
Ofereço a minha emoção
À tua madrugada.
E ,nas horas tardias dos teus olhos,
Desalinho o tempo.

Contemplo-te nas horas vazias
De uma falsidade pintada de azul,
Livremente escorrendo-te dos lábios,
Esvaindo-se por entre os teus dedos!

Vejo-me no espelho dos meus olhos baços,
Falso,
Impudicamente desdenhoso,
Num amor que não sintonizaste,
Na inconsciência da tua crueldade!
Mergulho na dor,
Tonta e insaciada,
Deslizando nas ondas do meu limite...

Falso!