quinta-feira, 15 de março de 2007

Ausência



Na distância de um sonho,
Cravo o meu desejo na tua ausência!
Seguras-me o deslizar do meu corpo no teu
E travas o meu ondular de serpente em ti.
Ofereço os meus seios à brisa dos teus suspiros
E recolho a paixão na ponta dos teus dedos!
Quando chega até mim o aroma do teu desejo,
Misturo-o com o meu
E, embriagada,
Me ofereço!
Escorrego para dentro dos teus braços
E das tuas negações...
A minha pele exala perfumes desconhecidos,
Descontrolados,
Molhados,
E a minha língua lambe a distância que separa as nossas bocas!
Abro, então, as portas ao teu desejo,
Degustas-me impregnada de ti...

Espalhada por nós,
Eu decifro os teus movimentos
No emaranhado inexistente
Das nossas roupas aninhadas no chão!