sexta-feira, 29 de junho de 2007

Vou riscar o teu nome


Da Lua Cheia
Vou fazer o meu universo,
Da Lua Nova, a minha passagem por ele,
E da minha janela,
Em forma de Quarto Crescente,
Vou deixar de te espreitar!
Da expressão da saudade
Vou riscar o teu nome,
Abrir os meus olhos para a brisa fresca da noite
E sorver as pequenas gotas de amor
Que o orvalho do meu Verão
Me proporcionar!
As minhas mãos,
Apertando as tuas de longe,
Vão soltar os teus dedos,
Um a um,
Até à Liberdade!
A minha boca trespassando a distância,
Vai sorrir-te
E soltar-te os lábios!
A tua alma reconhecer-me-á,
Enlaçada na escuridão de uma noite mágica,
Invadindo a outra face da saudade...
Quando ambas se cruzarem serei feliz!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Páginas


Faço deslizar a minha vida
Entre o tempo e a eternidade,
No universo da tua pele.
O meu mundo perde a forma,
Os horizontes que a minha vista alcança,
Oblíquos e desfocados,
Estão em rota de colisão
Com a amálgama dos meus sentires...
Brotam da minha pele máscaras astuciosas,
Tolamente enformadas no desejo!
A tua pele cruza-se com a minha
No brilho misteriosos da Saudade,
E, num labirinto de carícias,
Possuo-te numa história inacabada,
Escrita pelo punho solitário do Amor.
Finjo-me analfabeta
E folheio o teu prazer
Em perguntas sem resposta,
Materializadas em sorrisos inacabados
De uma paixão incompleta,
Desenhada a ferro e fogo
Nas páginas nuas da minha alma!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Porta da saudade


Perdi-te no início dos tempos,
Em fins recomeçados,
No brilho das estrelas adormecidas!
Prendi-me ao teu sorriso,
Aos meus sonhos,
Às minhas cumplicidades...

E na força poderosa das minhas tardes,
Fui cúmplice dos teus receios.
Envolvi-me na lava da nossa explosão
Em cores e odores de vulcão
Adormecido no meu ventre!
No silêncio da minha paixão,
Escondida num mundo outro,
Conjuguei todos os verbos,
Em tempos e modos desconhecidos
De entrega total!
Fecho o tempo,
Corro ao teu pensamento,
Desço ao meu,
Procuro a porta da Saudade...

Já a franqueei!

sábado, 9 de junho de 2007

Nas brumas do sentimento


Perdi-me no teu labirinto,
Não decifrei o código secreto da tua alma...
Como uma chama viva,
Dancei em teu corpo,
Envolvi-me em mistério e fascínio...
Para te seduzir!
Perfumei-me com os teus enigmas,
Confundi-me nos teus sussurros,
Afundei-me nos teus desejos.
Perdi-me na bruma dos sentimentos,
Perturbei-me,
Confundi-me
Na sensualidade das tuas mãos!
Cada dedo
Marcou na minha alma
Uma senha secreta que só tu sabes
E na magia do meu mundo
Voei contigo,
Presa às tuas asas de anjo,
Impulsionada pelos nossos beijos!
No ar rarefeito
Tornei-me frágil!
Envolta em sentimento,
Lancei-me na descida,
Atravessei as dúvidas,
Agarrei-me às incertezas,
Aterrei na sensatez...
Dei-te a mão na saudade!

domingo, 3 de junho de 2007

O meu tempo





A minha vida chove
Num mundo onde entrei
Sem licença para amar!
Apertei-me num canto,
Mostrou-mo o amor,
E não sei fugir.
Fez-se abrigo de loucura,
Respiração acesa,
Emoção gritante!
Inebriada,
Em cada êxtase
Deixo-me ficar...
O deleite adormece-me nos teus braços...
De abandono!
Sofri,
Sorri,
Esperei,
Desesperei!
Refugio-me na alcova da Saudade,
E sorvo-te em cada golfada de ar fresco!
Olho para trás!
No roteiro da minha vida,
Sinto-te cada vez mais perto...
Colho-te,
Em instantes de entrega,
Livre na ilusão,
Vazia na lógica...

Mas, num Universo onde a razão é a minha,
Tenho-te em cada encontro adiado,
Na solidão obscura do meu tempo em ti!