quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Jogo duplo




Vamos, dupla de mim!
Vem fazer comigo
Um jogo cúmplice…
Escondida entre o corpo e a alma,
Desnudo a alma,
Oculto o corpo que ilusoriamente se desnuda…
Entre luzes e contraluzes de crepúsculos tardios te sorrio…
Da minha pele soltam-se tons e sabores de volúpia,
Desprendem-se aromas de desejo.
Aflora no meu ventre o mesmo arrepio de prazer,
O mesmo que a minha pele sente
Nos momentos em que insinuo o meu querer diante de ti.
Devoras-me no pensamento,
As tuas mãos tremem inquietas,
Num impulso me queres tocar e partilhar,
As loucuras ardentes estremecem-te…
E aquecem-te o íntimo.
Sentes cobiça nos teus lábios
E na tua língua…
Anseias tocar e invadir a minha boca molhada,
Quente e sedenta de um beijo teu.
As minhas mãos percorrem-me deliciosamente,
Provoco-me…
Suspirando, acaricio os seios…
O prazer só meu, consegues ler-mo no pensamento.
Embriagada de mim mesma,
Deixo-me ir livremente…
Escuto o que a pele me diz…
Fecho-me à razão…
Deixo-me no instinto…
O gozo me guia nesta jogada sem dados lançados,
Sem regras escritas,
Sem vencedor nem vencido.
Lentamente me dispo
Para ti …
Entre o mistério de penumbras e sombras,
Brilhos e centelhas de lascívia,
Embalada pela música do silêncio,
Canto em uníssono de âmagos.
Desato os segredos da minha intimidade,
Surjo num sonho teu...
Junto a ti...