segunda-feira, 29 de outubro de 2007

delírio





Chamo por ti!
Ouço a tua voz
Vinda do meu lado.
Volto-me.
Estendo um braço,
Não te encontro
E,
Desesperadamente,
Eu procuro o teu corpo,
O teu rosto,
As tuas mãos,
Os teus braços,
Os teus lábios
À espera de amor.
Eu ouvi a tua voz!
Porque não te encontro?
Onde estás?
Onde estás, meu amor?
Responde,
Fala outra vez,
Eu preciso de ti.
Não!
Agora, mais que nunca,
Eu sei
Que não te ouvirei dizer
“Amo-te querida”,
Que jamais voltarei a sentir
Os teus dedos meigos
Deslizarem na minha face!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nebulosa

Dança comigo uma dança de estrelas,
Rodopia no espaço interestelar,
Escolhe, agarra uma delas
E vem amar!

Quero ser a tua Via Láctea,
Dar à luz milhões de estrelas vivas,
Encher até aos bordos a galáxia
Das nossas vidas.

Numa nebulosa ser tua supernova
Ou, quem sabe, o teu pulsar,
Poder ser hoje e amanhã prova
De teu sonhar.

No Infinito do Universo andar
De mãos dadas com a vida à solta,
Um Mundo de amor criar
À tua volta!

domingo, 21 de outubro de 2007

Meu amor





Meu amor por ti, fina filigrana,
fímbria doirada,
tiara de Diana
desprezada!

Meu amor por ti, raro rubi
esmagado a teus pés.
Mil vezes o dividi
por dez!

Meu amor, que fazer se depois
o multipliquei por cem
e deificado sois?
Por quem?!

Por mim! É demasiado ardor?!
Não parece sério?!
É que meu amor
é um despautério!

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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A ferro e fogo




A ferro e fogo teu nome gravei
na minha alma virgem de amor.
Apagá-lo, vida minha, não sei.

A ferro e fogo gravei no meu coração
a marca do teu calor.
Apagá-lo não sei, vida minha, não.

A ferro e fogo gravei em minha boca
o sabor de teu último beijo.
Apagá-lo não sei e fico louca.

A ferro e fogo gravei em meu ser
o cheiro de teu desejo.
Apagá-lo não sei, porque o quero ver.

Tua alma e teu sabor,
teu cheiro e teu sorriso
são tudo, meu amor,
o que na vida preciso.

Só a Morte te roubará de mim,
velha negra de foice em riste,
ou me roubará a mim, enfim,
se de mim fugiste!


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sábado, 13 de outubro de 2007

Amor




Amor é chuva num dia de Verão.
Quero-o Sol num dia de Inverno!
Amor é desespero na flor da Vida.
Quero-o Vida quando vem o desespero!
Amor é a guerra no meu Mundo.
Quero-o Paz para a minha guerra.

Mas, se o amor não é o que quero,
Decerto é um Amor que não quer Amar!

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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Leva-me contigo

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Teus olhos
Mar bravo
Revolto
Algas e limo
Rolam
Enrolam
E eu
(Ai pobre de mim!)
Me afogo neles.
Se as suas ondas
Em manso reboliço
Me jogam em terra
Recuo
Quero rolar
Rolar até ao fim do Mundo
Na tua espuma.
Leva-me!
Não quero Terra
Nem paz
Nem ar.
Quero guerra.
Leva-me à bolina
Em dia calmo
(Se o houver!)
Leva-me ao Inferno
No vendaval.
Eu vou.
Eu quero ir
Contigo navegar
Contigo naufragar.
Leva-me!
Oh! Leva-me!

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domingo, 7 de outubro de 2007

Amor

A poesia esqueci num leito de cardos
Reaprendi-a nos teus olhos, na tua boca,
Nada a nada, tudo a tudo, tão pouca...
Tanta para mim... sem o Dom dos bardos!


Pouco importa! Deixa o coração falar,
Dizer que te quer, que te ama,
Dizer, num sussurro, que o Amor me chama,
Me faz ser mulher, me faz... Desejar!


Leva-me nos teus braços ao Céu,
Ao Inferno, ao fim da Eternidade,
Que só na Eternidade não cabe
Um Amor tão grande como o meu!


Leva-me nos teus braços ao fim do Fim,
Ao Absoluto, uno, indivisível
Onde me perca no...inverosímil?
Deixá-lo! Quero ser em ti o melhor de mim!


Leva-me nos teus braços onde fores capaz,
À Felicidade, ao desespero da Paixão
Que dilacera, fibra a fibra, o coração,
Para de novo o fundir e lhe dar a Paz!


Não quero mais nada, mas é tanto o que quero
Que, sem coragem, não sei se quero querendo
Ou se não quero, temendo
Desesperar do que tanto espero!


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terça-feira, 2 de outubro de 2007

Livro do Não - Mãe


Larga-me nos dedos da Lua!
Vamos visitar o sonho!
Lá brincas comigo, mãe, brincas?
Trepemos àquela árvore!
Quero agarrar o Sol,
colorir os teus cabelos.
Oh!! Mãe, o mar é tão grande!
Pega-me ao colo,
tenho medo das ondas!
Há flores, há estrelas no mar?
Apanharei a mais vermelha,
A mais brilhante,
A mais linda...
Com ela enfeitarei o teu ventre
e todos os jardins da terra e do mar
serão teus.
Segue-me, mãe, acompanha-me
no sussurro do vento.
Quero voar contigo!
Vê o que eu vejo!
Sente o que eu sinto.
Brinca comigo!


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