Uma luz brilha no escuro,
Estrela cadente riscando os céus,
Rasto de luz, ouro puro
Em seda negra bordando véus.
E os véus de noite feitos
Se tornam de vida adornados
Buscando argênteos leitos
Com mil anjos alcandorados.
E enfeitam a vida que se quis
Em Mundo que se não podia.
E a Morte à Vida diz
Que a Noite antecede o Dia!
Mas eis que a vitória final tarda!
A Noite e o Dia, inimigos irmãos,
Se distantes apenas uma jarda,
A tornam anos-luz em nossas mãos!
Não sei onde fica a Noite e a Morte,
Tão pouco a Vida e o Dia,
Mas sei que a má sorte
Coabita com a alegria!
Dor e alegria,
Paz e guerra,
Noite e dia,
Ar e terra,
Vida e morte,
Mãos e pés,
Azar e sorte...
Antítese és!