terça-feira, 13 de março de 2007

Deixa-me entrar


Penetro na noite através da lua nova,
Desfaleço, inquieta, de tanto sonhar...

Insinuo-me nos teus lençois
E não te encontro!
Em cansaços íntimos,
Desilusões famintas,
Evaporaste o amor que me perlava a fronte;
O coração continuou gemendo
E os olhos chorando...
Em vão!...

Trago-te para o sono desfeito,
Colho-te os lábios
E assomo à porta da tua alma.
Deixa-me entrar! – murmuro junto a ti.
Abre-se uma fresta,
Esgueiro-me por ela...
E possuo-te num frenesim de condenada!
Roubo-te a saliva, o suor e o sémen...
Quando me preparo para te assimilar a alma
Já não sei de ti!...