quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Também quero ir

Sorri.
Ainda que teus olhos
Calem dentro de si
Dores cruéis aos molhos!

Canta.
Mesmo se o coração
Sofre dor tanta, tanta
E não sabe canção!

Dança!
Que o Sol, mais loiro ainda
Que a minha longa trança,
Diga que esta dor finda!

Voa!
O céu inteiro teu
Espalha vida à toa
Nessa noite de breu!

Leva-me!
Eu também quero ir!
Eu sou alma que geme
E não sabe sorrir!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Amigo

Quem és, amor que não sei?
Onde estás, amor que não vi?
O sofrimento que te dei
Foi dor que já esqueci!

Adoro o que não conheço,
Partilho o que não existe
Como sabes o que te peço?
Diz, amigo, o que sentiste?

Trazes o que adoro?!
Como sabes o que me mata,
Como sabes por quem choro?
Amigo, este mal se trata?

Não existes Tu, não existo Eu
O Mundo não É nem Foi
O Céu foi chão que já deu
O Inferno é fogo que já não dói!

Nada existe além de um vem,
Nada vem de um irei
Porque o ir (e o vir!) nada tem
Daquilo que te direi!

Estende a tua mão, amigo,
Partilha o que não tenho;
A minha vida, por castigo,
É uva doce em seco lenho!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Lua

A Lua cai sobre a Terra
Dorida, gemendo dor
E ouro sobre a serra
Torna paz o seu furor.

A suave luz se espalha
Pingando de dedos etéreos,
Inunda a vida que se retalha
Em raiva, dor, impropérios...

E ela, força aglutinadora,
Doce, pura, se compraz
Em reduzir a dominadora
À simples antonímia – Paz!

E clamo pela amizade extinta!
Lua amiga, a Ti eu peço,
Estendo minha mão faminta
De calor e céu que mereço.

Obrigada por teu calor,
Obrigada pelas marés no Mundo
Que caminha, Tu ao seu redor
E eu lá bem no fundo!

Iça-me, quero voar
Ver o Mundo lá de fora
E sonhar, sonhar,
Sonhar, até aurora...


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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Vive

Reclina a tua fronte em meu peito,
Descansa a tua dor em minha paz;
Conta-me da mágoa que em teu leito
Escondes calado, sem palavras vãs.

Deixa-me secar essas duas lágrimas
Que teimam em bailar num mar de algas,
Percursoras de vidas ázimas
Que urge fermentar, mas que tu salgas.

O carinho e a ternura semeiam-se,
Adubam-se, livram-se de ervas daninhas,
Guiam-se para a luz e anseiam-se
Doçuras que tu apenas adivinhas.

Corre e apanha a vida que não vives,
Salta e percorre uma outra etapa,
Solta a alma e verás que sobrevives
E nem um fio de luz do Mundo se te escapa.

Estende a tua mão, eu te amparo
Abre o teu coração, eu te entendo
Mas não te abatas que é ignaro
Quem deixa a luta vencedor sendo.

Nasceste para lutar e depois vencer
Assim te quero, assim te sinto
Olha-me nos olhos, vais ver
Outras algas que te prendem. Não minto!

Vem! Corre a meus braços e chora
Grita, sufoca, blasfema ou ri.
Pouco importa se, por ora,
Não quero ver mais do que já vi!

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sábado, 17 de novembro de 2007

Encantos

Olho-te nos olhos com paixão,
Sorvo o mel em teus beijos.
Entrega-me teu coração,
Satisfaz meus desejos!

Toma-me nos braços com ternura,
Afaga meu corpo ao de leve.
Meu olhar, em adoração pura,
Seu brilho aos teus o deve.

Prendamos nossas brancas almas
Num laço de amor verde
Feito de frescas palmas
Em cuja cor até o mar se perde!

No céu, brilham douradas
Pela pureza do sol poente.
Ah! Almas encantadas!
Ah! Encantos de duende!

Feiticeiras desgarradas,
Apartai-vos no feitiço
Que vos torna desgraçadas
Sem sequer dar por isso!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Alma

Dás-me a tua mão.
Não me basta, quero mais.
Meu indomado coração
Quer amigos leais.

Dás-me a tua boca.
Adoro-a, não o nego,
Mas isso é coisa pouca
Quando a ti me entrego.

Dás-me o teu corpo.
Recebo-o com prazer,
Uso-o, com ele me dopo,
Mas não é o que quero ter.

Dás-me o teu desejo.
Adoro-o, por ele anseio,
É sem qualquer pejo
Que nos teus olhos o leio.

Sou deus ou demónio.
Tudo o que me dás não basta.
Meu ser, em pandemónio,
O teu aos poucos gasta.

Não quero teu corpo só.
Quero toda a tua alma,
Com a minha em cego nó,
Afundando-se num mar de calma.

Dá-me a tua alma inteira!
Só isso bastará ao sonho
De alma, sem eira nem beira,
Que nas tuas mãos agora ponho!



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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Loucura de poeta

“- No limiar do sonho,
transportas as portas do sono,
busco o que não ponho,
colho trigal sem dono.


Semeei grão em terra minha,
não colhi porque não quis,
cobiço cachos de outra vinha,
delícia que não se diz!


Doces frutos, doirados
por alegre sonho anil,
um a um vindimados
em sonho, ilusão...” Senil!


Louco poeta, olha o céu, o mar,
as árvores e os pássaros alegres,
o sol, as estrelas e o luar,
à paixão não te entregues!


Amor, felicidade e paixão.
qual azeite e água na candeia,
não se misturam nunca, não,
e fácil o fogo se lhes ateia.


Paixão arde em lume vivo,
Amor em puro lume brando
Felicidade, parece castigo,
nunca vai onde a mando!


Louco poeta, esquece as almas!
Ninguém as tem iguais à tua.
À loucura batem palmas,
mas não a querem como sua!


Vive o Mundo desta era,
esquece o de antanho!
Qual leoa, dura e fera,
trepa ao alto do lenho!


Olha de lá a Terra, os Homens,
A Vida e o Sol poente...
E diz que só um sonho tens:
Encarar a Vida de frente!




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domingo, 4 de novembro de 2007

Amor

Se o Amor foge voando,
Eu te peço, pássaro azul,
Leva-me no teu bando
Ao Pacífico Sul!

Se o Amor é negro como breu,
Eu te peço, Sol doirado,
Retira-me este véu,
Quero ser o El Dorado!

Se o Amor é fria Morte
Eu te peço, vida minha,
Torna agora forte
Esta frágil que caminha!

Dá-me o Amor por companhia,
O Carinho por parceiro,
A Felicidade na simpatia
De um doce companheiro!

Dá-me Paz em terra agreste,
Sonhos de que estou faminta,
Paixão que já me deste
Pintada de outra tinta!



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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

delírio





Chamo por ti!
Ouço a tua voz
Vinda do meu lado.
Volto-me.
Estendo um braço,
Não te encontro
E,
Desesperadamente,
Eu procuro o teu corpo,
O teu rosto,
As tuas mãos,
Os teus braços,
Os teus lábios
À espera de amor.
Eu ouvi a tua voz!
Porque não te encontro?
Onde estás?
Onde estás, meu amor?
Responde,
Fala outra vez,
Eu preciso de ti.
Não!
Agora, mais que nunca,
Eu sei
Que não te ouvirei dizer
“Amo-te querida”,
Que jamais voltarei a sentir
Os teus dedos meigos
Deslizarem na minha face!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nebulosa

Dança comigo uma dança de estrelas,
Rodopia no espaço interestelar,
Escolhe, agarra uma delas
E vem amar!

Quero ser a tua Via Láctea,
Dar à luz milhões de estrelas vivas,
Encher até aos bordos a galáxia
Das nossas vidas.

Numa nebulosa ser tua supernova
Ou, quem sabe, o teu pulsar,
Poder ser hoje e amanhã prova
De teu sonhar.

No Infinito do Universo andar
De mãos dadas com a vida à solta,
Um Mundo de amor criar
À tua volta!

domingo, 21 de outubro de 2007

Meu amor





Meu amor por ti, fina filigrana,
fímbria doirada,
tiara de Diana
desprezada!

Meu amor por ti, raro rubi
esmagado a teus pés.
Mil vezes o dividi
por dez!

Meu amor, que fazer se depois
o multipliquei por cem
e deificado sois?
Por quem?!

Por mim! É demasiado ardor?!
Não parece sério?!
É que meu amor
é um despautério!

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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A ferro e fogo




A ferro e fogo teu nome gravei
na minha alma virgem de amor.
Apagá-lo, vida minha, não sei.

A ferro e fogo gravei no meu coração
a marca do teu calor.
Apagá-lo não sei, vida minha, não.

A ferro e fogo gravei em minha boca
o sabor de teu último beijo.
Apagá-lo não sei e fico louca.

A ferro e fogo gravei em meu ser
o cheiro de teu desejo.
Apagá-lo não sei, porque o quero ver.

Tua alma e teu sabor,
teu cheiro e teu sorriso
são tudo, meu amor,
o que na vida preciso.

Só a Morte te roubará de mim,
velha negra de foice em riste,
ou me roubará a mim, enfim,
se de mim fugiste!


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sábado, 13 de outubro de 2007

Amor




Amor é chuva num dia de Verão.
Quero-o Sol num dia de Inverno!
Amor é desespero na flor da Vida.
Quero-o Vida quando vem o desespero!
Amor é a guerra no meu Mundo.
Quero-o Paz para a minha guerra.

Mas, se o amor não é o que quero,
Decerto é um Amor que não quer Amar!

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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Leva-me contigo

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Teus olhos
Mar bravo
Revolto
Algas e limo
Rolam
Enrolam
E eu
(Ai pobre de mim!)
Me afogo neles.
Se as suas ondas
Em manso reboliço
Me jogam em terra
Recuo
Quero rolar
Rolar até ao fim do Mundo
Na tua espuma.
Leva-me!
Não quero Terra
Nem paz
Nem ar.
Quero guerra.
Leva-me à bolina
Em dia calmo
(Se o houver!)
Leva-me ao Inferno
No vendaval.
Eu vou.
Eu quero ir
Contigo navegar
Contigo naufragar.
Leva-me!
Oh! Leva-me!

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domingo, 7 de outubro de 2007

Amor

A poesia esqueci num leito de cardos
Reaprendi-a nos teus olhos, na tua boca,
Nada a nada, tudo a tudo, tão pouca...
Tanta para mim... sem o Dom dos bardos!


Pouco importa! Deixa o coração falar,
Dizer que te quer, que te ama,
Dizer, num sussurro, que o Amor me chama,
Me faz ser mulher, me faz... Desejar!


Leva-me nos teus braços ao Céu,
Ao Inferno, ao fim da Eternidade,
Que só na Eternidade não cabe
Um Amor tão grande como o meu!


Leva-me nos teus braços ao fim do Fim,
Ao Absoluto, uno, indivisível
Onde me perca no...inverosímil?
Deixá-lo! Quero ser em ti o melhor de mim!


Leva-me nos teus braços onde fores capaz,
À Felicidade, ao desespero da Paixão
Que dilacera, fibra a fibra, o coração,
Para de novo o fundir e lhe dar a Paz!


Não quero mais nada, mas é tanto o que quero
Que, sem coragem, não sei se quero querendo
Ou se não quero, temendo
Desesperar do que tanto espero!


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terça-feira, 2 de outubro de 2007

Livro do Não - Mãe


Larga-me nos dedos da Lua!
Vamos visitar o sonho!
Lá brincas comigo, mãe, brincas?
Trepemos àquela árvore!
Quero agarrar o Sol,
colorir os teus cabelos.
Oh!! Mãe, o mar é tão grande!
Pega-me ao colo,
tenho medo das ondas!
Há flores, há estrelas no mar?
Apanharei a mais vermelha,
A mais brilhante,
A mais linda...
Com ela enfeitarei o teu ventre
e todos os jardins da terra e do mar
serão teus.
Segue-me, mãe, acompanha-me
no sussurro do vento.
Quero voar contigo!
Vê o que eu vejo!
Sente o que eu sinto.
Brinca comigo!


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terça-feira, 25 de setembro de 2007

Um tu que não conheço - Último texto do Livro da Desilusão

Foste o meu tudo,
Foste o meu nada…
Quem eras?
Perdi o tempo
Em contratempos
E nada descobri!
Ficaste a minha incógnita,
Ignota doçura que perdi…
Num tempo que desconheço,
Talvez em outra encarnação,
Eu te descobrirei!
Sabendo-te, serás meu
Ou não!
O meu Karma prolongar-se-á no tempo?
Nas gerações vindouras tu serás tu e eu serei eu?
Ou seremos nada?
Quem sabe?
Num sonho dourado,
Acredito que sim!

Esperarei em outros mundos e outras vidas
Por um tu que eu não conheço!


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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Âncora

Onde foste?
Quem és?
Não sei ...
E pensei que sabia!
Engano!
Não te conheci, apenas te tive!
Ilusão!
Não tive senão o teu corpo,
Lindo,
Fogoso,
Só instinto…
Rebelde, insensível, inconstante…
Fizeste do meu mundo a tua âncora de um dia…
Zarpaste e não sei do navio que te levou!
Na praia deserta da minha desilusão
Continuo olhando o horizonte e o mar imenso,
Vazio…
Não te sei senão nesta miragem!
Quando chega a realidade,
Nada és!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Demónio

Meu demónio interior
Onde vais?
De onde vens?
Não te queria demónio,
Mas que importa?
Talvez te agrade mais o calor deste Inferno...
Não é outra a vida que me dás!
Da tua ausência,
À tua fuga,
À tua não presença!
Porque fugiste?
Eu serei o teu Inferno se assim queres,
O teu céu, se o desejares…
Serei tudo
E serei nada…
Pela tua vontade,
Pelo teu ego,
Enorme,
De quem não sabe o Mundo,
Quero-te mesmo assim…
Vem…
Eu espero…

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Loucura

Tenho a alma moída
Da loucura que paira em mim,
Esqueci a fronteira entre o querer e o desejar
Sob o efeito da tua força...

Usada e assustada,
Fico de rosto cansado,
Triste,
Num grito agoniado
E de mãos vazias de paz.
O travo amargo da solidão
Constrói uma calha para a loucura,
Escorremos por ela até às memórias de ontem
E esquecemos a esperança do amanhã!
Desorientada,
A caminho dos teus olhos,
Sinto tanta coisa,
Na imensidão do meu desespero,
Que não vejo quão frios e insensíveis se tornaram...

A minha loucura tem vontade de me abraçar,
Tem vontade de me aconchegar no silêncio da raiva...
Sinto tanta coisa... tanta...

Ai lucidez enlouquecida,
Que tens para me dar?

sábado, 25 de agosto de 2007

Consolo

Na sinceridade de um olhar,
Busco um tesouro escondido nas palavras perfumadas de alguém…

Lua, acende-me o céu!
Sol, mostra-me a Vida!

Feche-se o ciclo!
Das gotas de vida
Destiladas na tua alma!
Forma palavras de consolo
Que me envolvam a alma!
Afasta-me para longe o veneno da revolta
Azedando o meu coração!
Dá-me ecos de paz
Em cada sopro da tua magia…
Acompanha-me,
Ampara-me,
Marca o meu futuro
Com o sinete do teu feitiço!

Vem ser meu consolo,
Meu colo,
Nesta saudade
Chegada sem aviso prévio!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Chave

Vejo novelos de desdém nos teus olhos,
Muralhas intransponíveis
Erguendo-se todas as manhãs
Contra a luz colorida dos meus!
Nesta corrida desenfreada
Fico cega,
Espero uma magia,
Uma chave para as tuas portas cerradas!

No fosso que te separa de mim,
Outrora riacho em que acendia a lua,
Afundam-se sonhos,
Calam-se sinfonias de amor…
E na densidade das suas águas enlameadas
Asfixiam-se as ilusões
E flutua o uso que fizeste de mim!

Que chave abrirá os teus cadeados?

Que chave me abrirá o regresso a ti?

Que chave me soltará do cadafalso a que subi?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Luta

Num estado de quase inconsciência,
Luto entre a lembrança e o esquecimento…
De olhos fechados,
Sinto o toque dos teus,
Queima-me o brilho da luz
Desprendendo-se em sussurros,
Em gritos surdos de paixão…
Num dia!

Deixo-me escorregar na loucura da tua ausência
E da minha boca resvalam calor, prazer…
E dor!

Quero partir do fundo dos teus olhos,
Quero saber de sentimentos nobres,
Quero acreditar num mundo melhor…
E em cada minuto de luta
Ambiciono colher paz em outras mãos,
Viajar no silêncio de outro olhar!
A minha luta acorrenta-me,
Tento soltar-me das fantasias,
Encontro a porta da lógica fechada
E regresso!
Revolto-me!
Iludo-me!
E continuo!...

domingo, 12 de agosto de 2007

Alma ferida


Vagueio
No mundo dos vivos,
Nado morta para ti...
E o teu sorriso,
Quieto e suspenso,
Perder-se-á no nevoeiro de um dia de Verão!

Vesti-me de nuvens para te colher,
Em abraços de luz doirada
E tu despiste-me !
A minha alma esconde-se,
Camuflada,
Escura,
Ferida de morte...

Os meus braços fizeram-se cinza,
Soprada ao vento pelo teu olhar frio
E não fiquei com que te abraçar na eternidade!

A minha alma ferida,
Descalça
E desprovida de magia,
Afasta-se,
Afasta-se,
Na escuridão dos tempos!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Despedida




Escuto o ritmo das ondas,
O clímax da rebentação,
E olho o meu corpo dormente fugindo de mim...

Na distância,
Perco de vista a ponte que nos uniu e o teu sorriso mansinho...
Nos dias ausentes,
Despedi-me do calor do teu corpo suado,
Dos recantos da tua pele sedenta de mim,
Das sensações rubras
De um amor fechado no meu silêncio!

No meu corpo,
Abraça-se a despedida,
O vazio de ti!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Falso




Abro os braços em direcção ao vento,
Ofereço a minha emoção
À tua madrugada.
E ,nas horas tardias dos teus olhos,
Desalinho o tempo.

Contemplo-te nas horas vazias
De uma falsidade pintada de azul,
Livremente escorrendo-te dos lábios,
Esvaindo-se por entre os teus dedos!

Vejo-me no espelho dos meus olhos baços,
Falso,
Impudicamente desdenhoso,
Num amor que não sintonizaste,
Na inconsciência da tua crueldade!
Mergulho na dor,
Tonta e insaciada,
Deslizando nas ondas do meu limite...

Falso!

sábado, 28 de julho de 2007

Pnetração




Roçaste-me a face
Num entardecer
Que eu julguei manhã;
Colaste os teus olhos nos meus
E delírios famintos se ouviram
Numa viagem eterna
De prazer e dor!
O teu olhar se afundou no meu
E lhe roubou pedaços de alma...
Abriu-lhe um rombo,
Penetrou-a...
Desabitada de paixão,
Deixou-se preencher...

Confortou-a com palavras de chuva morna,
Atrofiou-lhe o discernimento!
Desmoronei na leveza do teu olhar,
Arrastei-me
Entranhada na tua ausência...

Não sei arrancar da minha alma de cristal
O golpe e os destroços
Que a penetração do teu desprezo fez em mim!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Livro da Desilusão - Anjo

Livro da desilusão: Os poemas escritos sob esse aspecto podem ler-se como um conto, uma história começada com a ilusão que uma visão de alguém que parece ser um anjo e se revela, afinal...!








Estendo as mãos para as tuas,
Só encontro o fim...

Tento afagar-te os cabelos,
Apenas sinto o vento Norte
Soprando na direcção que não quis!

Fecho os olhos à procura do Infinito,
Do Amor que te tive,
Do sonho lindo
Cruzando o meu céu
Inundado de luz!

Na minha noite escura
Guiei-me pela tua aura,
E beijei as tuas asas...

Foste anjo num sonho só meu,
Foste a minha fantasia
E embriagaste os meus sentidos...
Em cada luxuriante amanhecer,
Anunciavas nos teus olhos
A minha Primavera.
Pelo teu toque sublime
Escorri delícias,
Enlouqueci a alma
Nos caminhos que a tua doçura traçou em mim!
Sôfrega,
Bebi cada esvoaçar das tuas asas
Na minha pele;
Beijei o teu silêncio
E as tuas palavras,
A tua doçura
E a tua rispidez,
No teu angelical sorriso,
Na minha lucidez adormecida...

Ai, anjo chovendo desejo na minha alma,
Porque escureceram as tuas asas?
Porque se toldaram os teus olhos?

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Saudade




Dobram os sinos!
Dos ingredientes raros que te compunham,
Guardei-te a alma
Entre um beijo e uma carícia inventada!
Guardei o teu manso deslizar,
Guardei tanta coisa na Saudade
Que quase me afoguei nela!
Submersa nos desejos,
Tornei-me a tua noite
E vagueei nos teus cheiros húmidos...

No fundo da minha dor,
Encontrei a despedida,
Ofereci um sorriso à nostalgia,
Deslizei pelas labaredas da dor,
E nas estrelas de outro céu,
Te sussurrei de longe
Gotas de paz!
Soltei a minha alma,
Emergi da paixão,
Voltei a respirar
E afoguei a saudade.
No lume da ternura calma,
Ergui uma pira,
Coloquei lá a dor e a saudade,
Peguei-lhe fogo...

Espalho as suas cinzas pelo oceano
Quando os sinos se calam!



Este é o último poema subordinado ao tema da saudade. O sujeito poético partirá para a viagem final - na próxima publicação iniciará a sua viagem para a desilusão.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Louca





Na minha casa abandonada
Há vidraças partidas
E estilhaços que se me fixaram no peito...

Pelas portas escancaradas
Corre o vento
Fustigando-me a alma.
Traz consigo o teu perfume
E a tua imagem!

Componho uma personagem de louca
Sentada na soleira da porta
E prometo vestir,
Todos os dias,
O meu rosto de cores diferentes,
A minha alma de tristeza ou alegria,
O meu coração de amores ou desamores!
À laia de palhaço
Chorarei rindo,
Rirei chorando
Na saudade da tua cor!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O meu presente


Recebo um presente do Universo,
O meu passado,
E no presente encontro apenas o eco do que fomos!
Recordo as tuas mãos nas minhas,
A tua boca descobrindo a minha,
A tua voz traçando conquistas
Dentro da minha escuridão.
Enlaço-te na tarde mágica da sedução
E ouço o sorriso límpido do Sol
Traçando um caminho que percorreste dentro de mim!
Assola-nos o desejo
E no teu radioso sorriso
Entras no meu sonho...

Cruzas o instante de magia
No momento em que os teus lábios
Pousam nos meus!
Os nossos caminhos separam-se,
Saíste do meu presente,
Mas sou feliz sabendo que existes.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Vem






Vem deitar-te no meu regaço,
Vem ouvir o deslizar das ondas nos meus lábios
Contando histórias de amor e paixão,

Vem...
Deixa a tua pele estremecer,
Deixa que meus dedos deslizem,
Destilem suspiros no contorno suave de teu rosto...
De lábios húmidos,
Ansiosos,
Desejo afogar-me nos teus...

Escorrego pelo teu peito ternuras de penas macias,
Cisnes brancos navegando no teu desejo,
E oiço o teu coração sobressaltado
Disparar na sedução!
Procuro o toque macio das tuas mãos
Mas elas saboreiam outro silêncio!
Segredo a mim mesma:
Saudade,
Passeia-me na sua alma,
Solta-me dentro do seu não ser!

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Vou riscar o teu nome


Da Lua Cheia
Vou fazer o meu universo,
Da Lua Nova, a minha passagem por ele,
E da minha janela,
Em forma de Quarto Crescente,
Vou deixar de te espreitar!
Da expressão da saudade
Vou riscar o teu nome,
Abrir os meus olhos para a brisa fresca da noite
E sorver as pequenas gotas de amor
Que o orvalho do meu Verão
Me proporcionar!
As minhas mãos,
Apertando as tuas de longe,
Vão soltar os teus dedos,
Um a um,
Até à Liberdade!
A minha boca trespassando a distância,
Vai sorrir-te
E soltar-te os lábios!
A tua alma reconhecer-me-á,
Enlaçada na escuridão de uma noite mágica,
Invadindo a outra face da saudade...
Quando ambas se cruzarem serei feliz!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Páginas


Faço deslizar a minha vida
Entre o tempo e a eternidade,
No universo da tua pele.
O meu mundo perde a forma,
Os horizontes que a minha vista alcança,
Oblíquos e desfocados,
Estão em rota de colisão
Com a amálgama dos meus sentires...
Brotam da minha pele máscaras astuciosas,
Tolamente enformadas no desejo!
A tua pele cruza-se com a minha
No brilho misteriosos da Saudade,
E, num labirinto de carícias,
Possuo-te numa história inacabada,
Escrita pelo punho solitário do Amor.
Finjo-me analfabeta
E folheio o teu prazer
Em perguntas sem resposta,
Materializadas em sorrisos inacabados
De uma paixão incompleta,
Desenhada a ferro e fogo
Nas páginas nuas da minha alma!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Porta da saudade


Perdi-te no início dos tempos,
Em fins recomeçados,
No brilho das estrelas adormecidas!
Prendi-me ao teu sorriso,
Aos meus sonhos,
Às minhas cumplicidades...

E na força poderosa das minhas tardes,
Fui cúmplice dos teus receios.
Envolvi-me na lava da nossa explosão
Em cores e odores de vulcão
Adormecido no meu ventre!
No silêncio da minha paixão,
Escondida num mundo outro,
Conjuguei todos os verbos,
Em tempos e modos desconhecidos
De entrega total!
Fecho o tempo,
Corro ao teu pensamento,
Desço ao meu,
Procuro a porta da Saudade...

Já a franqueei!

sábado, 9 de junho de 2007

Nas brumas do sentimento


Perdi-me no teu labirinto,
Não decifrei o código secreto da tua alma...
Como uma chama viva,
Dancei em teu corpo,
Envolvi-me em mistério e fascínio...
Para te seduzir!
Perfumei-me com os teus enigmas,
Confundi-me nos teus sussurros,
Afundei-me nos teus desejos.
Perdi-me na bruma dos sentimentos,
Perturbei-me,
Confundi-me
Na sensualidade das tuas mãos!
Cada dedo
Marcou na minha alma
Uma senha secreta que só tu sabes
E na magia do meu mundo
Voei contigo,
Presa às tuas asas de anjo,
Impulsionada pelos nossos beijos!
No ar rarefeito
Tornei-me frágil!
Envolta em sentimento,
Lancei-me na descida,
Atravessei as dúvidas,
Agarrei-me às incertezas,
Aterrei na sensatez...
Dei-te a mão na saudade!

domingo, 3 de junho de 2007

O meu tempo





A minha vida chove
Num mundo onde entrei
Sem licença para amar!
Apertei-me num canto,
Mostrou-mo o amor,
E não sei fugir.
Fez-se abrigo de loucura,
Respiração acesa,
Emoção gritante!
Inebriada,
Em cada êxtase
Deixo-me ficar...
O deleite adormece-me nos teus braços...
De abandono!
Sofri,
Sorri,
Esperei,
Desesperei!
Refugio-me na alcova da Saudade,
E sorvo-te em cada golfada de ar fresco!
Olho para trás!
No roteiro da minha vida,
Sinto-te cada vez mais perto...
Colho-te,
Em instantes de entrega,
Livre na ilusão,
Vazia na lógica...

Mas, num Universo onde a razão é a minha,
Tenho-te em cada encontro adiado,
Na solidão obscura do meu tempo em ti!

terça-feira, 29 de maio de 2007

Posse


Visto-me na sumptuosidade da Lua
Com tecidos de sombra e loucura!
Solto convites surdos,
Caprichos fantasiosos
De secretos anseios...
Pego fogo à pira das emoções
Na sede de te querer,
Na fome de te possuir...
Penso-te no arrepio da minha pele,
Possuo-te no desassossego da minha saudade invertida!
Gotículas de prazeres mútuos fogem de nós,
Instalam-se na distância,
Unem-se para lá das imposições.
Sinto o meu amplexo fluir sobre ti,
As bocas sofridas,
Entreabertos,
Os lábios gritam no instante sublime
Do prazer consumado...

Na minha alienada cegueira,
A inquietação da tua ausência esbateu-se
E ,na tentação dos sentidos,
Contemplei-te através das doces carícias que te entreguei,
Da união que projectei além de nós!

sábado, 26 de maio de 2007

Não vieste




Penso em ti,
Mistério de memória pintada em minha alma,
E esqueço-me de mim,
Respiro-te no Sol que me aquece
E aspiro-te nos aromas da saudade!

Procuro-te por entre as árvores do nosso jardim encantado,
Deambulo entre ramos e lianas que me impedem o avanço,
Tropeço no emaranhado das raízes que se libertam da terra…

E o gemido das folhas secas esmagadas pelos meus pés
Soa-me ao teu nome!
O perfume das flores sussurra-me que virás…
E os fracos raios de Sol
Penetrando a sombra
Desenham no chão o meu caminho para ti!

Cheguei,
Esperei
E desesperei na ânsia de ti!
Despi-me do desgosto,
Vesti-me de ânsia e carícias
E ofereci-me às tuas mãos que não vieram.
Soltei o meu desejo
E fiz dos meus dedos os teus.
Escondida entre os ramos da paixão,
Fui onde tu não quiseste ir…

Amei-me apaixonadamente
Num momento que tu não viveste!

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Pacto




Para além dos meus sentidos
Retenho o teu sorriso,
Tacteado na avidez do desejo...

As minhas entranhas enlouquecidas
Guiam-te os movimentos
Sedentos de luxúria!
Os nossos lábios calam-se,
Colados,
Molhados...
Perdida em ti,
Procuro-te a alma,
Mas és tu quem transpõe a minha...
Aí te aninhas
E te fundes comigo!
Alucinada na minha paixão
Penso selar um pacto de Amor.
A mente sossega,
O alvoroço dos sentidos se acalma...

E de mansinho,
Ao compasso da serenata da lua,
Te entrego a minha essência!
Vais-te!
E eu percebo na Saudade:
Foi na minha pele latejante
Que deslizaste a pena
Com que assinaste o nosso pacto!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Roda do tempo




Perdida,
Entre o meu mundo e o teu
Encontrei a roda do tempo.
Olhei para um lado,
Olhei para o outro...
Ninguém!
(só a saudade espreita!)
Aproximei-me!
Voltei a olhar!
Ninguém!
Num só impulso,
Fi-la rodar
(ao contrário!)
E recuei no tempo.
Entre lençóis volta a ser Verão!
Enlaças-me,
Saboreio o paladar quente da nossa paixão,
Derreto sob o calor da tua língua,
Evaporo-me sob as tuas carícias de fogo!
Nesses momentos escaldantes
Transpiramos emoções,
Deixamos arder a lucidez
Nas chamas do prazer
Que em nós lavram!
A luxúria acena-nos do corpo de cada um
E loucamente nos entregamos,
Colamos,
Fundimos
Incansavelmente...

Mas, lentamente,
A roda do tempo dá conta do erro,
Encontra-se,
E volta a chover!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Fóssil



De alma destroçada,
Não me conheço.
Deambulo por estas praias da vida,
Mas apetecem-me os rochedos mais além!
Olho o mar revolto,
O céu pintado de memórias
E apanho a saudade caída a meus pés!
Deambulo descalça!
O caminho que demando
É feito de areia movediça!
Cheira a mar,
Mas é lodo.
São os pensamentos de sal,
Temperando a minha recordação,
Que fazem as gaivotas soprarem maresia das suas penas!
Enquanto me afundo,
Sinto-te,
Olhando as marcas que deixaste nas minhas areias...

O vento sopra,
Sopra,
Tenta apagar as tuas pegadas...
Fossilizadas!...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Chave da alma




Sopra forte
O vento da saudade...
Polvilhando-me de resquícios de ti...
Refugio-me na alma
E tranco-lhe a porta...

Devoro,
Em lautos banquetes,
Doses maciças de desrecordações,
Diante das cortinas cerradas do sonho!
E bloqueio o pensamento!
Deito-me com as lembranças,
Pensando que estou só;
Aqueço-me com o desejo,
Pensando que não te quero;
Faço dormir um corpo faminto,
Pensando que está cansado...
Mas dentro da minha alma permanecem,
Teus aromas,
Teu sabor,
Teus beijos molhados...

Contraio os músculos do pensamento,
Desprendo-me das memórias,
E alieno-me no desejo e na loucura!
Dentro de mim estás tu,
Fogo que me consome...

Tenho que sair de mim...

Onde deixei a chave?!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Em parte nenhuma



Recordas a tarde em que entrei no teu sonho?
De que cor me pintaste?
Que forma me deste?
Que nome procuraste no vazio dos teus arquivos?
Em instantes de eternidades desconhecidas
Recordarás os meus suspiros
Espalhados pela tua pele?
No meu reino da saudade,
Baralho a ilusão,
Perco-me no teu céu
E nas tuas memórias...

Soprei da minha vida o teu perfume
Mas o vento trá-lo de volta!
Calada,
Nas minhas alucinações,
Sei que ainda lembras o nome
De quem não existe!
Dentro de ti,
Saboreia
A doçura das carícias que te não faço,
Os beijos que te não dou
E chama por mim!
Estou em parte nenhuma...

E tu dentro de mim!...

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Serviço postal


Espero,
Olhando a linha do horizonte,
O nascer do meu sol...
No mar da minha alma,
O sol se pôs,
Ontem e todos os dias,
Deixando-a negra,
Porque a Lua Nova me castigou.
Hoje este mar mágico,
Repleto de sentimento,
Separa-me de ti mas,
Na serenidade destas confidências,
Consigo tocar-te,
Cada vez que mergulho nas águas da Saudade,
E respirar-te
Na maresia de oceanos de desejo!
No espelho das águas,
A brisa desenhou o teu rosto
E pintou-o de ternura!
Esta manhã,
Ofereço a colina dos meus seios ao teu amanhecer,
Sopro um beijo perfumado de paixão
E ele percorre a distância entre nós,
Embrulhado nas palavras que te envio,
Num serviço postal inexistente!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

5 BLOGS THAT MAKE ME THINK



Foi com muito orgulho que me vi nomeada com o "thinking blogger award", um dos 5 blogs que faz pensar.
Agradeço ao "sonhador em full time" (Jonny)e às "palavras soltas"(Mário Margaride) por terem nomeado o blog poesiamgd como um dos que os fazem pensar.

É bom sabermos que nos apreciam as letras que, quantas vezes, lançamos ao papel sem pensarmos, nós próprios, na profundidade com que marcam os outros.

Complicado é escolher agora 5 blogs para receberem o prémio também. Gosto de tantos que leio que se me torna difícil decidir.
Aos que não nomeio, as minhas mais sinceras desculpas.

Estes nomeados devem copiar o selo correspondente e afixá-lo na barra lateral dos seus blogs. De seguida devem nomear os cinco blogs que escolheram e fazer um post a nomeá-los.

Os nomeados são:

alquimista
eu sou louco
poesia portuguesa
poeta eu sou
tok


 

Escrita

Lês-me a alma inquieta,
Passeias sobre a minha pele macia,
Percorres o meu querer
E traças o meu sorriso
No desassossego de cada carícia.
Guio-te as mãos na procura das minhas formas,
Alvoroço-te os sentidos
No calor da paixão
Que a ponta dos teus dedos anima,
E adivinho os teus anseios
Nas letras da palavra saudade!
Procuro-te em cada uma,
Sonho-te nas vírgulas da minha vida
E escondo-me nua
Na seara do meu desejo!
Sonhas-me em abraços de ilusão ,
Possuis-me em cada texto que te deixo
E transpiras devaneios
Sob lençóis de papel,
Gozando em amplexos escondidos em cada linha!
Estremeces em cada afago de vocábulos,
Beijas os meus lábios de silêncio
E escutas o amor gemendo nas entrelinhas!
Toco-te com fonemas e grafemas,
Perfumo-te de segredos
Num orgasmo de saudade!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Melodia a quatro mãos


No silêncio da tarde,
Soltas melodias de encantar
Na dança dos teus dedos...

Nos teus lábios,
Os acordes perfeitos
Trazem a voz das estrelas
Que aconchegam o descanso do meu corpo
Inventado em ti!
De corpos colados,
Pairam sobre mim sussurros de mãos,
Fluídos trocados,
Mistura de línguas e magias...
E os lábios,
Escorregando de paixão,
Anulam o espaço além de nós!

As nossas quatro mãos derramam-se,
Entranham-se em suspiros,
E o diapasão dos nossos corpos
Afina o ritmo desta valsa,
Composta na pauta da minha saudade.
No instante em que nos entrelaçamos,
Numa orquestra de emoções,
E tocamos de improviso
Na sintonia do desejo,
Eu invento a música que só tu saberás reger!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Adeus


A minha madrugada
De prazeres inventados
Incendeia-se na luz real!
Ardem os laços que nos ataram,
Perco-me no labirinto das vielas que me levaram a ti!
O mapa que inventei para te encontrar fez-se cinza
E a rua por onde te passeei
Desapareceu ao fundo da minha saudade.
Mas não ficas perdido
Nesse mundo que não conheces.
Os momentos acompanhar-te-ão,
As palavras que aqui lanço
Levam-te a minha mão...
Para dizer adeus!...

sábado, 7 de abril de 2007

Pôr-do-sol



Preencho o meu pôr do sol,
As minhas horas,
Os meus séculos
Com saudades de fim de tarde!
Vens sorrindo estrelas
E anuncias luares de Janeiro...
Contemplo-te deste lado das horas tardias
E vejo-te no espelho da ausência.
Para lá do infinito da minha alma,
Construo a ponte que me leva a ti
E agarro a mão
Que me faz atravessar oceanos de carinho!
Na orla do meu caminho para ti,
Rompo a queratina do tempo
E a cartilagem da dor,
Toco-te a serenidade,
A tua linha de horizonte que desconheço
E encontro afagos,
Vontade de encher vazios,
Asas de ternuras
Entranhadas na ausência!

terça-feira, 3 de abril de 2007

Saudade


Abro os braços à noite,
Ao alvoroço sufocante
Da minha pele passeando em ti...
Estendo as asas da saudade,
E liberto o carinho com que te enlaço!
Prendo-te no fio de seda que solto do meu abraço
A caminho de nós...
Roço-te o ventre com a língua do pensamento
Impulsionando o teu aroma
Para os beirais do meu desejo...
Desvendo-te gotas de prazer
Escorrendo em mim
E desfruto-as no feitiço das minhas palavras!
Sugo-te o fulgor da alma
Suspensa nos lábios
E beijo cada pingo de mel
Que se te afunda na pele!
Cheiro o calor da tua paixão
Queimando a minha voz
E envolvo-te no vazio da saudade!
Sucumbo à ternura inflamada...
E fujo de mim!

domingo, 1 de abril de 2007

Ausência




Abraço a doce saudade,
Do teu extasiante sol poente em mim...
Ofusco-me nas centelhas de prazer
Que as tuas ousadias lançam ao céu
E seduzo-te no planeta das emoções,
Na galáxia da minha paixão!
Estrelas reluzem e cintilam no teu toque,
A pele da minha alma suspira
Ao compasso da voz do teu amor em mim,
Qual reflexo da essência do tempo!
Copio uma fantasia
Lida nas estrelas
Que espalhaste no céu do meu desejo...
Despes-me em carícias enfeitadas de lírios brancos
Enlaçadas na luz dos teus dedos
E nascem no meu corpo
As mãos da tua alma...
Acaricias-me em conquistas mágicas
De encantamento e perdição...
Caminho ao encontro da minha ilusão
E encontro-te dentro de mim!

sexta-feira, 30 de março de 2007

Confessa


Espreito-te no longe,
Chamo-te entre as brumas do tempo...
Mas as penumbras da memória,
Perpetuada pelo deslizar dos meus dedos no papel,
Escondem-te atrás de ti!

Vem...
Mostra-te no teu sorriso,
Perfuma-me com a tua voz quente,
Fala-me do tempo do Amor
E volta a dar-me a mão!
Leva-me contigo para dentro do teu abraço
E da minha fantasia!
Confessa ao meu ouvido
Quantos beijos ofereces ao meu silêncio!
Sussurra-me o prazer do sonho
Que espreitas em mim!
Beija as minhas sensações
De pele perfumada,
Amanhecida
Na alvorada tranquila
De um livre divagar...

Diz à lua
Baixinho, baixinho...
Palavras de desejo...
Por mim!
E enfeitiça o meu sono!

quarta-feira, 28 de março de 2007

Essências


Entre os meus cabelos desalinhados
Encontro os teus dedos
Macios
Sussurrando na minha pele
Carícias esquecidas!
Dentro dos meus olhos
Encontro o murmúrio
(e o silêncio!)
Do teu rosto!
Pestanejas sorrisos que me aquecem a alma
E estendo-te os meus lábios de fogo
Numa prece de caminhos trilhados
No meu corpo
Pelo teu...
Ainda procuro a boca que me desnudou
E, entre lençóis brancos,
Desceu a colina dos meus seios
E se precipitou na foz do meu prazer...

No meu corpo vazio de ti
Ouve-se o eco dos sons
Que no silêncio do quarto nu
Entoámos em horas só nossas...
E, na solidão das minhas coxas,
Evaporam-se essências esquecidas,
Borbulhantes de loucuras a dois!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Emoções


A manhã rende-se ao vento Sul...
Sem pudor, veste-se de negro...
Sensual, busca a Lua
Mas ela foi-se!...
O sol brilha...
Num trono de diamantes,
Ofereço o meu corpo às tuas mãos...
Centelhas de emoções
Gritam o teu nome
Mas a distância amanheceu em ti!
Perco-me nas minhas ousadias,
Perco-te nos teus êxtases
Lançados à saudade,
Abraçados a outros sonhos!
Estendo as minhas mãos
E apenas encontro fios de dor
Que caminham para o Infinito!
Tacteio a tua boca
E encontro pétalas de vento
Correndo para o Paraíso!
E a minha voz cruza os céus,
Toca-te a pele,
Sussurra ao teu ouvido
Que habito a Noite
E o Silêncio...
E nem as mãos do meu pensamento
Te conseguem afagar!

sexta-feira, 23 de março de 2007

Manto


Deixo escorrer os olhos pelo tempo...
Revivo emoções...
Inundam-me a alma em voo livre,
Evaporam-se-me na pele!
Aspiro os resíduos sólidos,
Pedaços de ti,
Devaneios colhidos numa Primavera serôdia!
Voo na tua ausência
Em crepúsculos atrasados...
Por instantes,
Devaneios estonteantes
Acariciam-me o rosto.
A brisa dos sentimentos
Lança-me no rosto
O aroma da tua presença...
Mas a corrente das sensações
Afoga o coração,
Destrói os diques do amor,
Arrasta a afronta e o despeito,
Trespassa-me a alma,
Salta a colina da paz,
E desce aos vales da dor!...

E não há fantasia,
Arrepio
Ou suspiro
Que desagúe na minha noite
Vazia de coxas perfumadas de maresia!
E o meu querer veste-se de vulnerabilidade!
Nua, perante a tua noite,
Deixo cair sobre mim
O manto vago do fim!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Início do " Livro da saudade"


Terminou com o poema "desilusão" o conjunto de poemas a que chamei "livro do sonho". O sujeito poético, na impossibilidade de continuar a viver um verdadeiro amor que entretanto terminou, propõe-se partir para o mundo do sonho onde reviverá esse amor e essa paixão. Parte, avisa logo no início, mas não parte só, leva consigo tudo o que já sentiu. Desta forma se inicia o “conto”. O primeiro poema é precisamente “partida”. A “visão” prolongar-se-á por poemas contando essa vida imaginada. Até um dia em que o sujeito poético se dá conta que a luz se extinguiu e as lágrimas congelaram. Decide acordar do sonho e percebe, então, que a personagem principal alvo do seu sonho não é ou nunca foi aquele que sonhára. Termina o sonho. Fui publicando neste blog, um a um, os poemas mas, para quem quiser entender os poemas como conjunto, coloco-os agora com a devida sequência num blog em anexo a que chamarei "livro do sonho".


Inicio hoje um outro conjunto a que chamarei "livro da saudade".


O sujeito poético iniciará a sua viagem através da saudade, tentará explicar porque foi trocado por outra flor mais cuidada. A viagem (saudade) prosseguirá, ora mais calma, ora mais conturbada, para terminar numa pantomina de palhaço e, por fim, num dobrar de sinos. A Saudade arderá numa pira e as cinzas serão espalhadas pelas águas do oceano. Terá terminado a viagem!



No teu jardim



No meu silêncio cheio de nada
Oiço o que a tua boca cala
Mas o teu corpo grita...
Dos teus dedos pinga o mel
Que eu não colho!
E a vertigem nua,
Ceifada na minha intimidade,
Se vestiu de prazer
Em outras entranhas...
No teu jardim, a brisa corre,
Arrepia as minhas pétalas
De flor singela...
Mas só a flor repleta de néctar
Atrai o sol
E as borboletas que te nascem nos lábios
No canteiro que mais cuidas!
Ela estremecerá sob as tuas mãos
E, na suavidade do arco-íris,
Aspirarás o exotismo da sua voz...
Nas minhas pétalas selvagens
O pudor desenhou um não...
Veio o vento...
Veio a chuva,
Desfolhou-me!
No espaço do teu jardim a noite caiu,
Definitivamente!...

quarta-feira, 21 de março de 2007

Desilusão




Na fragilidade de um momento
Escrito pelo tempo sem tempo,
Abri estradas de sentimentos
Que te deixei percorrer...
Partilhámos viagens,
Segredos,
Mistérios...
A tua língua percorreu o caminho dos meus abraços,
A tua ansiedade desceu à minha fragilidade
E, arrepiados,
Excitados,
Tocámos a mesma melodia,
Saciámos a avidez dos corpos que se queriam,
Em prazeres descobertos...

Quando as tuas mãos,
Tocando a minha paixão,
Me abriam num soluço,
Eu voava
Numa leveza de sentidos decifrados!
Mas, para lá do teu peito,
Extinguiu-se a luz!
Escureci nesta minha noite fria...
O frio da desilusão assobia nas minhas entranhas...

As lágrimas gelam
E congelam-me a alma!
Já não estás aí,
Já não és,
Ou nunca foste,
Aquele que no sonho eu criei!

segunda-feira, 19 de março de 2007



Entoo uma canção de amor
Em cada murmúrio...
Cada melodia saída dos meus lábios
É um convite à luxúria...
Moves-te em movimentos graves e agudos
De uma partitura que me ensinas,
Feita de toques e carícias...
O laço que a nossa música teceu em nós
Prendeu-me...
Desataste-te!
Persistiram através dos tempos,
Num céu de olfactos,
Os aromas sensuais!
Aspirei-os para além do tempo
E da saudade...
O acaso nos juntou,
Mas a voz do silêncio
Roubou-te das partículas do meu sonho
E eu fiquei só,
Relembrando apenas os momentos da partida!...

domingo, 18 de março de 2007

Pétalas desfolhadas



Sonho contigo à luz da minha saudade,
Sonho mundos que não conheces,
Invento momentos...
Apaixonada, voo na tua essência,
Fecho a janela do mundo...
Abro-te a alma,
Deixo-te ver-me!
Dos meus lábios sopro ventos favoráveis
Para que navegues à bolina no meu corpo!
Desliza pela minha pele,
Esquece a linha do horizonte
Que te diz adeus!
Segura as minhas mãos entre as tuas,
Vem, antes que o Outono
Desfolhe as minhas pétalas...
Macias e leves
Suspiram de saudade!
Vem sentir o seu perfume,
Deixa que as teus sentidos as despertem,
Toquem e excitem...
Deixa que as tuas mãos me adormeçam
No teu chão quente,
Numa Primavera por mim inventada
Em jardim de rosas perfumadas!

sexta-feira, 16 de março de 2007

Mundo mágico




No camarim da minha dor,
Revejo-me na exiguidade do teu sentir!
Ferida até ao âmago do tempo,
Desenlaço as mãos do sonho,
Do não ser,
E pago o ónus de te querer
E não ter!
Recolho-me à escuridão da paz,
À sombra insinuante da noite...
No seu abraço cúmplice,
Rio e choro sem fronteiras
Que não tracei.
Apago o tempo dos outros,
Fecho-me neste instante
De nós...
Abandono-me às tuas mãos sedentas,
Destruo as paredes do mundo,
E mergulho em ti!
Estremeces,
Em sintonia com o meu desejo,
E o teu prazer chora.
Aceso,
No lume que te queima as entranhas,
Desces sobre os meus suspiros!
E deixo as tuas mãos envolverem-me!...
Num passeio perfumado,
Deslizam,
Flutuam,
No mundo mágico da imaginação!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Ausência



Na distância de um sonho,
Cravo o meu desejo na tua ausência!
Seguras-me o deslizar do meu corpo no teu
E travas o meu ondular de serpente em ti.
Ofereço os meus seios à brisa dos teus suspiros
E recolho a paixão na ponta dos teus dedos!
Quando chega até mim o aroma do teu desejo,
Misturo-o com o meu
E, embriagada,
Me ofereço!
Escorrego para dentro dos teus braços
E das tuas negações...
A minha pele exala perfumes desconhecidos,
Descontrolados,
Molhados,
E a minha língua lambe a distância que separa as nossas bocas!
Abro, então, as portas ao teu desejo,
Degustas-me impregnada de ti...

Espalhada por nós,
Eu decifro os teus movimentos
No emaranhado inexistente
Das nossas roupas aninhadas no chão!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Quero-te



Pouso os lábios na curva do teu pescoço,
Aspiro-te,
Colho pedaços de ti,
Guardo-os na ponta da minha língua,
Saboreio-te de encontro ao meu palato!...
Solto um suspiro e exalo incenso!
Respira-me,
Colhe-me no hálito a paixão,
Devora-a
E perfuma-me a pele com o teu suor!
Toma-me,
Eleva-me do chão,
E sonha comigo um amor de céu!
Conserta a minha pele rasgada pela tua falta,
Costura as feridas que sangram de ausência,
Anestesia o meu ventre que dói no teu não!
Quero-te!...
Mas o sonho findou!

terça-feira, 13 de março de 2007

Deixa-me entrar


Penetro na noite através da lua nova,
Desfaleço, inquieta, de tanto sonhar...

Insinuo-me nos teus lençois
E não te encontro!
Em cansaços íntimos,
Desilusões famintas,
Evaporaste o amor que me perlava a fronte;
O coração continuou gemendo
E os olhos chorando...
Em vão!...

Trago-te para o sono desfeito,
Colho-te os lábios
E assomo à porta da tua alma.
Deixa-me entrar! – murmuro junto a ti.
Abre-se uma fresta,
Esgueiro-me por ela...
E possuo-te num frenesim de condenada!
Roubo-te a saliva, o suor e o sémen...
Quando me preparo para te assimilar a alma
Já não sei de ti!...

domingo, 11 de março de 2007

Contigo




No amanhecer dos meus olhos,
Abriu-se-me a alma…
Sem saberes,
Acordei abraçada a ti,
Renasci no caminho que pisei
E colei o meu corpo ao teu!
Sentes-me,
Lembras-te que existo em ti
Aspiras-me no teu perfume,
Recordas-te do que não fomos,
Desejas-me!
Mais do que dei um dia…

Hoje quando a tua noite
Fizer sossobrar o meu sol,
Grita ao vento que me não amas
E sente as minhas lágrimas cairem
Das nuvens do sonho,
Num amplexo final!...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Tempo


No meu lago de águas escuras,
Quietas,
Sem vida,
Perdura à superfície lodosa
Uma ternura espelhada no infinito da eternidade!
Das minhas mãos transborda a minha alma
E o sofrimento faz-se doçura
Deslizando – me pelos dedos
Ansiosos de magias,
Loucuras,
Desatinos…

Para lá da minha pele,
Dos meus sentidos,
Da atracção inexplicável como um feitiço,
Transformo o amor em saudade…
E o meu desejo errante,
Nascido nos primórdios do tempo,
Flui na minha memória a caminho do futuro,
Futuro anulado
Porque, desde o início,
Este sonho viveu no passado!
Tento seduzir a roda do tempo,
Enganá-la…
Em vão…

O futuro e o presente confundiram-se…
Dessincronizados,
Abalaram ambos,
Numa corrida inversa,
Para o passado…

quinta-feira, 8 de março de 2007

Loucura




Cola o teu sonho ao meu,
Paira na sua leveza...

Sobre o meu aconchego
Toca-me com entoações de amor;
Entranha-te na minha pele,
Enlaça-me nos teus lábios,
Escorrega pela minha paixão...

E num céu de inexactidões
Dança comigo os ritmos da minha fome!
Completa comigo uma sinfonia,
Dirige a orquestra dos meus sentidos...

E numa sintonia de desejos
Entoa as nossas emoções,
Toca de improviso
A sequência que vou inventando,
Vem ser o maestro da minha loucura!