sexta-feira, 16 de março de 2007

Mundo mágico




No camarim da minha dor,
Revejo-me na exiguidade do teu sentir!
Ferida até ao âmago do tempo,
Desenlaço as mãos do sonho,
Do não ser,
E pago o ónus de te querer
E não ter!
Recolho-me à escuridão da paz,
À sombra insinuante da noite...
No seu abraço cúmplice,
Rio e choro sem fronteiras
Que não tracei.
Apago o tempo dos outros,
Fecho-me neste instante
De nós...
Abandono-me às tuas mãos sedentas,
Destruo as paredes do mundo,
E mergulho em ti!
Estremeces,
Em sintonia com o meu desejo,
E o teu prazer chora.
Aceso,
No lume que te queima as entranhas,
Desces sobre os meus suspiros!
E deixo as tuas mãos envolverem-me!...
Num passeio perfumado,
Deslizam,
Flutuam,
No mundo mágico da imaginação!