sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Vento

Confinada ao ritmo do tempo que sei,
Afasto-me de ti...
No ar fica o perfume das tuas mãos
Dançando num teclado de estrelas
Enviando mensagens às minhas...
Assim, a saudade não tem cheiro
E as nossas peles não se dispersam
Num universo vazio de nós!
Fundidas,
Tocam melodias de ventos mansos,
Brisas suaves,
Levantando a orla da minha saia!
E nas minhas pernas perversas
Ele deixa recados de almas que não decifro,
Por demasiado loucas...
Gira-me em torno do corpo,
Lambe-me os joelhos...
E em cada segundo
Deixa uma espera
Que o futuro resolverá!

Tempo

Não questiono a vigília,
Mas não a procuro...
Quando cruzo os céus e os mares
À procura de respostas
Voo contigo
Num estado de delírio que me quiseste dar...
Não sei quem comanda o sonho
(Ou o sono)
Mas sei que torna a vigem mágica!
Vejo-te mudo
Através da vidraça empoeirada pelo tempo...
Esfumas-te por instantes
Num tempo para lá do tempo,
Tomas a forma de um corpo...
Revejo a tua face e o teu sorriso,
Reduzo a distância,
Nos teus braços,
Ao zero absoluto!

Carícias

Não receio que me olhes,
Não receio que me tentes,
Me rodeies,
Me empurres,
Me puxes...
Não te fujo,
Não te enfrento...
Abandono-me
Às carícias quentes
Que se apoderam do meu pensamento,
No brilho das armadilhas que colocas no céu!
Cruzo o teu olhar
E a tua pele,
Passo pelas tuas partículas
E entranho-me em cada poro
Do teu ser.
Afago-te o gesto,
Apodero-me do teu momento...
E consumida de desejo
Possuo-te a alma!