terça-feira, 25 de setembro de 2007

Um tu que não conheço - Último texto do Livro da Desilusão

Foste o meu tudo,
Foste o meu nada…
Quem eras?
Perdi o tempo
Em contratempos
E nada descobri!
Ficaste a minha incógnita,
Ignota doçura que perdi…
Num tempo que desconheço,
Talvez em outra encarnação,
Eu te descobrirei!
Sabendo-te, serás meu
Ou não!
O meu Karma prolongar-se-á no tempo?
Nas gerações vindouras tu serás tu e eu serei eu?
Ou seremos nada?
Quem sabe?
Num sonho dourado,
Acredito que sim!

Esperarei em outros mundos e outras vidas
Por um tu que eu não conheço!


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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Âncora

Onde foste?
Quem és?
Não sei ...
E pensei que sabia!
Engano!
Não te conheci, apenas te tive!
Ilusão!
Não tive senão o teu corpo,
Lindo,
Fogoso,
Só instinto…
Rebelde, insensível, inconstante…
Fizeste do meu mundo a tua âncora de um dia…
Zarpaste e não sei do navio que te levou!
Na praia deserta da minha desilusão
Continuo olhando o horizonte e o mar imenso,
Vazio…
Não te sei senão nesta miragem!
Quando chega a realidade,
Nada és!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Demónio

Meu demónio interior
Onde vais?
De onde vens?
Não te queria demónio,
Mas que importa?
Talvez te agrade mais o calor deste Inferno...
Não é outra a vida que me dás!
Da tua ausência,
À tua fuga,
À tua não presença!
Porque fugiste?
Eu serei o teu Inferno se assim queres,
O teu céu, se o desejares…
Serei tudo
E serei nada…
Pela tua vontade,
Pelo teu ego,
Enorme,
De quem não sabe o Mundo,
Quero-te mesmo assim…
Vem…
Eu espero…

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Loucura

Tenho a alma moída
Da loucura que paira em mim,
Esqueci a fronteira entre o querer e o desejar
Sob o efeito da tua força...

Usada e assustada,
Fico de rosto cansado,
Triste,
Num grito agoniado
E de mãos vazias de paz.
O travo amargo da solidão
Constrói uma calha para a loucura,
Escorremos por ela até às memórias de ontem
E esquecemos a esperança do amanhã!
Desorientada,
A caminho dos teus olhos,
Sinto tanta coisa,
Na imensidão do meu desespero,
Que não vejo quão frios e insensíveis se tornaram...

A minha loucura tem vontade de me abraçar,
Tem vontade de me aconchegar no silêncio da raiva...
Sinto tanta coisa... tanta...

Ai lucidez enlouquecida,
Que tens para me dar?