sábado, 28 de julho de 2007

Pnetração




Roçaste-me a face
Num entardecer
Que eu julguei manhã;
Colaste os teus olhos nos meus
E delírios famintos se ouviram
Numa viagem eterna
De prazer e dor!
O teu olhar se afundou no meu
E lhe roubou pedaços de alma...
Abriu-lhe um rombo,
Penetrou-a...
Desabitada de paixão,
Deixou-se preencher...

Confortou-a com palavras de chuva morna,
Atrofiou-lhe o discernimento!
Desmoronei na leveza do teu olhar,
Arrastei-me
Entranhada na tua ausência...

Não sei arrancar da minha alma de cristal
O golpe e os destroços
Que a penetração do teu desprezo fez em mim!