sábado, 28 de julho de 2007
Pnetração
Roçaste-me a face
Num entardecer
Que eu julguei manhã;
Colaste os teus olhos nos meus
E delírios famintos se ouviram
Numa viagem eterna
De prazer e dor!
O teu olhar se afundou no meu
E lhe roubou pedaços de alma...
Abriu-lhe um rombo,
Penetrou-a...
Desabitada de paixão,
Deixou-se preencher...
Confortou-a com palavras de chuva morna,
Atrofiou-lhe o discernimento!
Desmoronei na leveza do teu olhar,
Arrastei-me
Entranhada na tua ausência...
Não sei arrancar da minha alma de cristal
O golpe e os destroços
Que a penetração do teu desprezo fez em mim!
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Livro da Desilusão - Anjo
Livro da desilusão: Os poemas escritos sob esse aspecto podem ler-se como um conto, uma história começada com a ilusão que uma visão de alguém que parece ser um anjo e se revela, afinal...!
Estendo as mãos para as tuas,
Só encontro o fim...
Tento afagar-te os cabelos,
Apenas sinto o vento Norte
Soprando na direcção que não quis!
Fecho os olhos à procura do Infinito,
Do Amor que te tive,
Do sonho lindo
Cruzando o meu céu
Inundado de luz!
Na minha noite escura
Guiei-me pela tua aura,
E beijei as tuas asas...
Foste anjo num sonho só meu,
Foste a minha fantasia
E embriagaste os meus sentidos...
Em cada luxuriante amanhecer,
Anunciavas nos teus olhos
A minha Primavera.
Pelo teu toque sublime
Escorri delícias,
Enlouqueci a alma
Nos caminhos que a tua doçura traçou em mim!
Sôfrega,
Bebi cada esvoaçar das tuas asas
Na minha pele;
Beijei o teu silêncio
E as tuas palavras,
A tua doçura
E a tua rispidez,
No teu angelical sorriso,
Na minha lucidez adormecida...
Ai, anjo chovendo desejo na minha alma,
Porque escureceram as tuas asas?
Porque se toldaram os teus olhos?
Estendo as mãos para as tuas,
Só encontro o fim...
Tento afagar-te os cabelos,
Apenas sinto o vento Norte
Soprando na direcção que não quis!
Fecho os olhos à procura do Infinito,
Do Amor que te tive,
Do sonho lindo
Cruzando o meu céu
Inundado de luz!
Na minha noite escura
Guiei-me pela tua aura,
E beijei as tuas asas...
Foste anjo num sonho só meu,
Foste a minha fantasia
E embriagaste os meus sentidos...
Em cada luxuriante amanhecer,
Anunciavas nos teus olhos
A minha Primavera.
Pelo teu toque sublime
Escorri delícias,
Enlouqueci a alma
Nos caminhos que a tua doçura traçou em mim!
Sôfrega,
Bebi cada esvoaçar das tuas asas
Na minha pele;
Beijei o teu silêncio
E as tuas palavras,
A tua doçura
E a tua rispidez,
No teu angelical sorriso,
Na minha lucidez adormecida...
Ai, anjo chovendo desejo na minha alma,
Porque escureceram as tuas asas?
Porque se toldaram os teus olhos?
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Saudade
Dobram os sinos!
Dos ingredientes raros que te compunham,
Guardei-te a alma
Entre um beijo e uma carícia inventada!
Guardei o teu manso deslizar,
Guardei tanta coisa na Saudade
Que quase me afoguei nela!
Submersa nos desejos,
Tornei-me a tua noite
E vagueei nos teus cheiros húmidos...
No fundo da minha dor,
Encontrei a despedida,
Ofereci um sorriso à nostalgia,
Deslizei pelas labaredas da dor,
E nas estrelas de outro céu,
Te sussurrei de longe
Gotas de paz!
Soltei a minha alma,
Emergi da paixão,
Voltei a respirar
E afoguei a saudade.
No lume da ternura calma,
Ergui uma pira,
Coloquei lá a dor e a saudade,
Peguei-lhe fogo...
Espalho as suas cinzas pelo oceano
Quando os sinos se calam!
Este é o último poema subordinado ao tema da saudade. O sujeito poético partirá para a viagem final - na próxima publicação iniciará a sua viagem para a desilusão.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Louca
Na minha casa abandonada
Há vidraças partidas
E estilhaços que se me fixaram no peito...
Pelas portas escancaradas
Corre o vento
Fustigando-me a alma.
Traz consigo o teu perfume
E a tua imagem!
Componho uma personagem de louca
Sentada na soleira da porta
E prometo vestir,
Todos os dias,
O meu rosto de cores diferentes,
A minha alma de tristeza ou alegria,
O meu coração de amores ou desamores!
À laia de palhaço
Chorarei rindo,
Rirei chorando
Na saudade da tua cor!
segunda-feira, 9 de julho de 2007
O meu presente
Recebo um presente do Universo,
O meu passado,
E no presente encontro apenas o eco do que fomos!
Recordo as tuas mãos nas minhas,
A tua boca descobrindo a minha,
A tua voz traçando conquistas
Dentro da minha escuridão.
Enlaço-te na tarde mágica da sedução
E ouço o sorriso límpido do Sol
Traçando um caminho que percorreste dentro de mim!
Assola-nos o desejo
E no teu radioso sorriso
Entras no meu sonho...
Cruzas o instante de magia
No momento em que os teus lábios
Pousam nos meus!
Os nossos caminhos separam-se,
Saíste do meu presente,
Mas sou feliz sabendo que existes.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Vem
Vem deitar-te no meu regaço,
Vem ouvir o deslizar das ondas nos meus lábios
Contando histórias de amor e paixão,
Vem...
Deixa a tua pele estremecer,
Deixa que meus dedos deslizem,
Destilem suspiros no contorno suave de teu rosto...
De lábios húmidos,
Ansiosos,
Desejo afogar-me nos teus...
Escorrego pelo teu peito ternuras de penas macias,
Cisnes brancos navegando no teu desejo,
E oiço o teu coração sobressaltado
Disparar na sedução!
Procuro o toque macio das tuas mãos
Mas elas saboreiam outro silêncio!
Segredo a mim mesma:
Saudade,
Passeia-me na sua alma,
Solta-me dentro do seu não ser!