segunda-feira, 7 de maio de 2007

Chave da alma




Sopra forte
O vento da saudade...
Polvilhando-me de resquícios de ti...
Refugio-me na alma
E tranco-lhe a porta...

Devoro,
Em lautos banquetes,
Doses maciças de desrecordações,
Diante das cortinas cerradas do sonho!
E bloqueio o pensamento!
Deito-me com as lembranças,
Pensando que estou só;
Aqueço-me com o desejo,
Pensando que não te quero;
Faço dormir um corpo faminto,
Pensando que está cansado...
Mas dentro da minha alma permanecem,
Teus aromas,
Teu sabor,
Teus beijos molhados...

Contraio os músculos do pensamento,
Desprendo-me das memórias,
E alieno-me no desejo e na loucura!
Dentro de mim estás tu,
Fogo que me consome...

Tenho que sair de mim...

Onde deixei a chave?!