domingo, 21 de janeiro de 2007

Laboratório


Dei voltas ao mundo,
Caí,
Levantei-me,
Cresci...
Já me não sabes,
Já me não conheces.
Carreguei sobre o meu dorso
Sacos repletos de mágoa...
Saquetas de humilhação...
Panfletos de despeito...
Passei o umbral da tua porta
E tu tiveste pressa em fechá-la...
Lançaste fora a chave que eu continuo a procurar!
Chamei-te do fundo do abismo,
Não me ouviste,
O grito era surdo...
Escrevi-te cartas de amor
Numa alma vazia;
Não as leste,
As folhas não possuiam palavras...
Pousei nos teus ramos,
Caí,
Eles não estavam lá...
Fui voluntária no teu laboratório da vida,
Tomei doses maciças de vacina anti-tu,
Não possuiam quaisquer antigenes,
O meu corpo não produziu anticorpos,
Adoeci...
Curei...
E cresci!