A chuva cai serena e pura
Lavando a minha alma
De uma carapaça dura
Aparentando calma!
O que vai no meu peito
Não é calma, é dor
De uma paixão que tem por leito
Um glaciar debruado a calor!
E eu peço: calor desfaz o gelo,
Gelo arrefece o fogo!
Mas o frio continuo a tê-lo
Porque o calor foge logo!
E o frio em mim permanece
Porque o gelo não se desfaz;
O calor que o aquece
Não tem força capaz!
Só a chuva ameniza meu ser,
Diminui o frio que queima.
E o gelo, a aquecer,
Ainda assim teima, teima...