segunda-feira, 17 de março de 2008

Solidão

Caminhante solitário
da rua nua e crua,
da felicidade, retardatário,
da dor, acérrima pua,
pensa estar só, mas não.
Nas ruas cheias de gente
à sua volta outros estão
e sentem o que ele sente!

Neste mundo de flâmeos seres
que se limitam a coruscar
entre o ser e...os pareceres
de almas corticentas a valsar
não estás só, comissário da dor,
nessa tua solidão indelével!
De um só hausto respiro a cor
desse corcel indomável
que percorre nosso peito,
sem rédeas, imparável,
às lutas bem afeito,
de negro insaciável!

Vem, Sol, desacerbar
a angústia do vazio!
Vem, Lua, exceptuar
nosso Destino vadio!



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14 comentários:

António disse...

Olá, Goreti!
Um grito estridente para exorcizar a solidão.

Beijos

Pena disse...

Uma poesia bela e terna num afago à solidão entre a multidão anónima.
Um versejar significativo e profundo de um "sentir" peculiar.
O seu sentir e ser.
As palavras são meticulosamente escolhidas com ternura e encanto num duro e desencanto de um vazio que é a sua solidão. Precisa dela.
Um vazio visível e inequívoco porque é decorado pelo doce versejar que transcende de pureza e beleza.
Adorei, digo-o com seriedade e sinceridade.
Parabéns. Tem talento, carinho e é enternecedora no que concebe com deslumbre.
As palavras sentem-se cativar, conquistar e fazer parte de quem lê.
Muito bom!
Beijinhos amigos de grandiosa estima e consideração.
Com imenso respeito

pena

Zé Miguel Gomes disse...

O corcel nasceu para ser indomável. Nós nascemos para ser corcel, não para o domar... Vive :)

Fica bem,
Miguel

poetaeusou . . . disse...

*
o sol virá,
nasce todos os dias,
um amanhã será teu,
,
conchinhas
,
*

Daniel Aladiah disse...

Querida Goreti
Que tão belas palavras, envoltas na música poética que encerra a exclamação, sirvam de aviso: a solidão? Não!
Um beijo
Daniel

Luna disse...

O sol nasce todos os dias para nos lembrar que existe sempre um amanhã
beijinhos

rui disse...

Olá Goreti

Lindo! Lindo!
Colocaste com sentimento as palavras certas para compor um pensamento sobre solidão.

Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Excelente poema cara amiga.
Pareceu-me diferente dos que fazes habitualmente (pelo menos dos que eu já li teus...). Mas nem por isso menos bom, antes pelo contrário, pois pressinto nele o início de uma nova fase poética, mais liberta e mais ousada.

Feliz Páscoa, beijinhos.

Maria Laura disse...

Estamos sempre sós e sempre rodeados de quem sente o mesmo. Uma contradição que o teu poema exprime bem.

Boa Páscoa!

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá Amiga... Votos de uma Feliz Páscoa... Beijinhos de carinho,
Fernandinha

Anónimo disse...

Olá menina,

Belo poema...um manto de palavras desenhadas em emoções sentidas.

Boa Pascoa para ti!

beijinhos

Isa

http://virtualrealidade.blogspot.com

Oliver Pickwick disse...

Um canto aos supostos excluídos. No entanto, cabe a afirmação: "nós estamos aqui".
Beijos!

Eärwen disse...

A solidão sempre acompanha os poetas...
Gostei imenso!

Pérolas incandescentes de inspiração.

Eärwen

Jorge Bicho disse...

G
para além de um bom texto, partiste na busca das palavras perdidas, e tão bem o fazes

1 bj
JB